ISSN 1679-1347 |
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Edições anteriores |
Número 02 - Abril de 2004
Artigos
Arquivo: a morada da censura Alícia Duhá Lose (PPGLL/UFBA) |
O trabalho com acervos literários exige do pesquisador saber interpretar as pistas deixadas no caminho, encontrando, nos silêncios, informações preciosas. Mal de Arquivo, termo cunhado por Derrida, caracteriza a perturbação que sofrem aqueles que se envolvem na trama arquivística. É preciso que o pesquisador consiga decifrar o exposto e o escondido. |
Amor e erotismo na Idade Média Cleide Maria de Oliveira (PPGEL/PUC-Rio) |
Este ensaio tem por objetivo estudar o amor e o erotismo no período medievo, em especial na Baixa Idade Média, a partir da perspectiva oferecida pelas obras Amadis de Gaulla e A Demanda do Santo Graal, vinculadas ao assim chamado ciclo arturiano. |
Entre passos e letras - o escritor andarilho Stefania Chiarelli (PPGEL/PUC-Rio) |
Este artigo discute a presença de um narrador que se constitui como escritor andarilho em quatro obras da literatura brasileira, momento em que se associa o ato de narrar ao de caminhar, ensejando a leitura da cidade por um viés específico, em que o modo de vivenciar a experiência urbana encontra-se atrelado à escrita. |
Dossiê Caetano Velloso
Prof.a Dr.a Eneida Leal Cunha (UFBA) |
Bilac, Caetano : olhares sobre a língua portuguesa Everaldo Augusto da Silva (PPGLL/UFBA) |
Este trabalho analisa a canção Língua, de Caetano Veloso, e o poema Língua Portuguesa, de Olavo Bilac. O estudo é feito a partir dos respectivos textos e centrando o foco nos autores enquanto intelectuais de duas épocas distintas da vida brasileira, que fizeram duas abordagens singulares da língua portuguesa. |
Etnicidade sem visibilidade : um olhar acusador em torno de "Haiti"
no disco Noites do Norte - ao vivo de Caetano Veloso Felix Ayoh'Omidire (PPGLL/UFBA) |
No imaginário das elites do resto do continente americano, a Revolução haitiana carrega em si duas significações que nunca deixarão de atormentar as outras sociedades americanas que, como ela, fizeram a experiência da escravidão. A primeira tem a ver com o seu caráter singular, evidenciado no radicalismo de seus protagonistas que ousaram desafiar os jacobinos franceses, aplicando ao pé da letra o ideal de igualdade das raças. A segunda é o círculo vicioso de pobreza e miséria que acompanham o país desde aquele momento de ruptura. Esses dois fatos têm algo em comum: eles remetem para a origem africana de Haiti. Ora, no caso do Brasil, ninguém ficou na dúvida do que era o objetivo real de todo o discurso da democracia racial. Ou seja, o silenciamento e desaparecimento de toda e qualquer marca da África na civilização brasileira. Logo, afirmar que "Haiti não é aqui" como fez o famoso refrão de CaetanoVeloso é uma maneira segura de provar que África não é aqui. Porém, com as múltiplas vozes da África e da afrodescendência que se fazem ouvir no CD duplo Noites do Norte, Caetano Veloso procura reabrir esse caso, fazendo uma riquíssima mixagem dos vários discursos que trazem à torna a presença inegável e não-silenciável da África no Brasil. |
Outro retrato em branco e preto (ou o contrário) : cidadania
e violência em "Haiti", de Caetano Veloso Jean Wyllys de Matos (PPGLL/UFBA) |
A oposição entre cidadania e violência urbana no Brasil contemporâneo é a cena fulgor a partir da qual procuro desenvolver um trabalho de crítica cultural da letra de Haiti, escrita por Caetano Veloso, a partir de contribuições dos antropólogos Gilberto Velho, Lilia Moritz Schwarcz, Alba Zaluar e Luiz Eduardo Soares para o debate do tema; das reflexões de Michel Foucault acerca dos poderes e micro-poderes e o trabalho de crítica cultural de Homi Bhabha, principalmente suas considerações sobre a ambivalência do estereótipo. |
Caetano Cult ou uma consciência limite Vilma Mota Quintela (PPGLL/UFBA) |
Considerando que a proposta estética efetuada pelo compositor brasileiro Caetano Veloso, na década de 1960, e por ele atualizada ao longo de sua trajetória artística, se define a partir de certos fatores culturais - quais sejam, os efeitos da inserção da MPB no mercado fonográfico internacional, por meio da Bossa Nova; a entrada do pop no mercado fonográfico brasileiro, por meio do iê-iê-iê e do rock; e o debate crítico que então se estabelecia, entre intelectuais, sobre a política e a cultura brasileira -, comento a maneira peculiar como se dá sua inserção nesse mercado, e como, a partir dessa inserção, ele intervém no debate sobre o Brasil, sua cultura e seus problemas estruturais. |
Dossiê Biographie et Imaginaire de l'Archive |
Prof. Dr. Bernard Andrès (Universidade do Quebec em Montreal - UQAM) |
Archives imaginaires dans LApprentissage du roman de Benjamin
Jordane Catherine Dalpé (UQAM) |
Neste estudo, colocaremos em destaque a forma como o arquivo, reconhecido como o único elemento capaz de provar a autenticidade de uma biografia, pode atualmente servir para dar conta da impossível verdade da representação. A obra de Benjamin Jordane, LApprentissage du roman, que se pretende ser primeiramente como um diário íntimo, permitirá explorar um novo tratamento do arquivo. Com o intuito de melhor apreender o processo que leva o arquivo da verdade à ficção, será necessário explicitar a relação entre Benjamin Jordane e Jean-Benoît Puech, que acredita estabelecer, apresentar e anotar o texto de Jordane. (Artigo publicado em francês) |
W ou le souvenir denfance, de Georges Perec :
lautobiographie qui déconstruit pour exister Chloé Engel Spandonide (UQAM) |
Em 1969, a La Quinzaine littéraire publicou um romance-folhetim capaz de atordoar os seus assinantes. Esta curiosa narrativa de aventuras, intitulada W e assinada por Georges Perec, embaraçava o leitor ao se metamorfosear ao longo do caminho em descrição clínica e lacunar de uma sociedade regida pelo esporte, situada numa ilhota imaginária da Terra do Fogo. Cinco anos após a interrupção abrupta do folhetim, Georges Perec publicaria W ou le souvenir denfance, onde pode ser encontrado este mesmo texto alternado por uma segunda narrativa, também escrita por um "eu". O leitor, que acreditava ter encontrado nesta nova forma as respostas para a distopia insular "à la Jules Verne" precedente, teve de se contentar em resolver por si só a verdade esperada. (Artigo publicado em francês) |
Archive, biographie et autobiographie oblique dans Vies
minuscules de Pierre Michon David Faust (UQAM) |
No dia seguinte aos desconcertos do século passado, a explosão dos gêneros literários é um testemunho indubitável da atomização dos valores contemporâneos. A biografia não escapou à vaga pós-industrial ou pós-moderna que abriu a via para os sincretismos e para a permeabilidade dos gêneros. O presente texto deseja ser uma reflexão sobre as Vies minuscules do escritor francês Pierre Michon, publicado em 1984, e que constitui uma obra limite num gênero híbrido entre a autobiografia e a biografia. (Artigo publicado em francês) |
Resenhas
SAOUTER, Catherine (2003). Images et Sociétés: le progrès, les médias, la guerre. Montreal: Les Presses de l'Université Laval. | Prof.a Dr.a Ana Rosa Neves Ramos (UFBA) |
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Sérgio Barbosa de Cerqueda (PPGLL/UFBA) |
ANDRÈS, Bernard (2003). Les mémoires de Pierre de Sales Laterrière suivi de Correspondances. Montreal: Triptyque. | Sérgio Barbosa de Cerqueda (PPGLL/UFBA) |
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Prof.a Dr.a Ana Rosa Neves Ramos (UFBA) |
Links
Programa de Pós-Graduação em Letras e Lingüística da UFBA
Programa para a História da Língua Portuguesa
Universidade do Quebec em Montreal
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